13/12/2025

 

Roberto Campos: o liberal visionário

Foto preta e branca de homem de terno e gravata

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Introdução

Poucos personagens da política e da economia brasileira foram tão polêmicos e, ao mesmo tempo, tão visionários quanto Roberto de Oliveira Campos (1917–2001). Economista, diplomata, ministro do Planejamento, senador e escritor, Campos deixou como maior legado sua obra Lanterna na Popa, uma autobiografia que é também um manifesto em defesa de suas ideias liberais e críticas contundentes ao populismo econômico.

 

Quem foi Roberto Campos

Nascido em Cuiabá (MT), Roberto Campos começou sua carreira como diplomata em 1939 e logo envolveu-se nas grandes questões econômicas e políticas do Brasil do século XX. Foi ministro do Planejamento no governo Castelo Branco (1964–1967), onde liderou a elaboração do PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo), e mais tarde atuou como senador e deputado federal.

Conhecido por seu estilo mordaz e sua escrita elegante, Campos tornou-se referência para defensores do liberalismo econômico no Brasil.

 

As ideias centrais de Roberto Campos

1. Defesa do liberalismo econômico

Campos acreditava que o excesso de intervenção estatal era um entrave ao crescimento:

“O Brasil não perde oportunidade de perder oportunidades.”

Para ele, apenas o mercado livre, a iniciativa privada e o investimento externo poderiam gerar desenvolvimento sustentável.

 

2. Crítica ao populismo econômico

Roberto Campos via o populismo como a raiz de muitos males nacionais: inflação crônica, déficits fiscais e políticas insustentáveis.

“A esquerda não gosta de mim porque sou liberal. A direita não gosta de mim porque sou lúcido.”

Com ironia, apontava que o populismo sacrificava o futuro em troca de aplausos imediatos.

 

3. Planejamento pragmático

Embora defensor do mercado, não descartava o planejamento. O PAEG, que ajudou a formular, foi prova de que era possível equilibrar disciplina fiscal com reformas estruturais.

“Sou um liberal com alma de planejador.”

Para Campos, planejamento deveria corrigir distorções e preparar o terreno para o mercado, sem sufocá-lo.

 

4. Modernização institucional

Roberto Campos foi um dos artífices da criação do Banco Central e do Sistema Financeiro Nacional. Para ele, sem instituições sólidas, não havia economia estável.

“O subdesenvolvimento não se improvisa: é obra de séculos de irresponsabilidade.”

Essa frase traduz bem sua visão: os problemas do Brasil não eram apenas econômicos, mas culturais e institucionais.

 

5. Crítica cultural e ideológica

Campos também denunciava o que chamava de “ideologia da inveja”, um preconceito contra o lucro e o sucesso empresarial que, segundo ele, bloqueava o avanço do país.

“No Brasil, quem produz é um explorador, quem não produz é um coitado, e quem fiscaliza é um herói.”

Com esse tipo de ironia, atacava o ambiente hostil ao capitalismo e ao empreendedorismo.

 

O legado

Mesmo após sua morte em 2001, as ideias de Roberto Campos continuam a ecoar no debate público:

  • Disciplina fiscal e combate à inflação.
  • Reformas estruturais (tributária, previdenciária e administrativa).
  • Redução do papel do Estado como empresário.
  • Incentivo à poupança e ao investimento de longo prazo.

 

Conclusão

Roberto Campos foi, acima de tudo, um pensador inconformado. Não se curvava ao consenso fácil nem buscava popularidade, mas defendia com firmeza sua visão de que o Brasil só avançaria com mais liberdade econômica, instituições fortes e responsabilidade fiscal.

Sua lanterna na popa iluminava o passado para criticar os erros repetidos do país — e, ao mesmo tempo, apontava caminhos para o futuro.

“Não tenho a veleidade de ser luz na frente, mas me contento em ser lanterna na popa.”

E essa lanterna ainda brilha.

 

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